Conselho Econômico de Assistência Mútua (COMECON) – organização criada para cooperação econômica entre os países socialistas do Leste Europeu, liderados pela União Soviética.
Termo correspondente em inglês – Council for Mutual Economic Assistance.
Veja também –
Afinal, o que é o Conselho Econômico de Assistência Mútua (COMECON)?
Criado em janeiro de 1949 pela ex-União Soviética, Bulgária, Hungria, Polônia, Romênia e Tchecoslováquia para ser um órgão de integração econômica das nações do Leste Europeu, pertencentes do bloco soviético. Sua sede foi estabelecida em Moscou.
Em fevereiro do mesmo ano, a Albânia aderiu ao bloco, mas deixou de participar ativamente e foi desligada no final de 1961. Em setembro de 1950 foi a vez da República Democrática Alemã, mais conhecida como Alemanha Oriental de aderir ao Conselho Econômico de Assistência Mútua. Sua participação no entanto encerrou-se em 1990, com a queda do Muro de Berlim e junção com a Alemanha Ocidental.
Mais tarde outros países juntaram-se ao COMECON. A República Popular da Mongólia em junho de 1962. Em 1964 foi concluído um acordo que permitia a ex-Iugoslávia de participar em igualdade de condições com os membros do COMECON nas áreas de comércio, finanças, moeda e indústria. Cuba, em 1972, tornou-se o 9º membro titular e o Vietnã, em 1978, tornou-se o 10º.
Participavam ainda, como observadores, outros países como Afeganistão, Angola, Etiópia, Laos, Moçambique e República Popular do Iêmen.
Após as revoluções democráticas na Europa Oriental em 1989, a organização perdeu em grande parte o seu propósito e poder, e as mudanças nas políticas e no nome em 1990-91 refletiram a desintegração.
O aparecimento do COMECON surgiu no contexto europeu após o final da Segunda Guerra Mundial, do qual resultou a destruição de parte do continente Europeu e surgindo como a resposta soviética ao plano edificado pelos Estados Unidos, o Plano Marshall, que visava apoiar a reconstrução econômica da Europa Ocidental.
O Comecon foi formado sob a égide da União Soviética em 1949, em resposta à formação do Comité de Cooperação Económica Europeia na Europa Ocidental em 1948. Entre 1949 e 1953, no entanto, as actividades do Comecon restringiram-se principalmente ao registo de comércio bilateral e crédito. acordos entre os países membros. Depois de 1953, a União Soviética e o Comecon começaram a promover a especialização industrial entre os países membros e, assim, reduzir o “paralelismo” (produção industrial redundante) nas economias da Europa Oriental. No final da década de 1950, após a formação da Comunidade Económica Europeia na Europa Ocidental, o Comecon empreendeu esforços mais sistemáticos e intensos neste sentido, embora com sucesso apenas limitado.
A integração económica prevista pelo Comecon no início da década de 1960 encontrou oposição e problemas. Uma grande dificuldade foi colocada pela incompatibilidade dos sistemas de preços utilizados nos vários países membros. Os preços da maioria dos bens e mercadorias eram fixados por governos individuais e tinham pouco a ver com os valores reais de mercado dos bens , tornando assim difícil para os Estados-Membros conduzirem o comércio entre si com base em preços relativos. Em vez disso, o comércio foi conduzido principalmente numa base de troca através de acordos bilaterais entre governos.
Os sucessos do Comecon incluíram a organização da rede ferroviária da Europa Oriental e da sua rede de energia eléctrica; a criação doBanco Internacional de Cooperação Económica (1963) para financiar projectos de investimento empreendidos conjuntamente por dois ou mais membros; e a construção do oleoduto “Amizade”, que disponibilizou o petróleo da região do Volga, na União Soviética, aos países da Europa Oriental.
Após o colapso dos governos comunistas em toda a Europa Oriental em 1989-90, esses países iniciaram uma mudança pronunciada para a iniciativa privada e sistemas de preços de mercado. Em 1º de janeiro de 1991, os membros começaram a fazer pagamentos comerciais em moedas fortes e conversíveis. Ao abrigo de acordos celebrados no início de 1991, o Comecon foi rebatizado de Organização para a Cooperação Económica Internacional, cada nação foi considerada livre para procurar os seus próprios mercados comerciais e os membros foram reduzidos a um fraco compromisso de “coordenar” políticas sobre quotas, tarifas, pagamentos internacionais, e relações com outros organismos internacionais.
FIM
O objetivo do Comecon era a integração planificada das economias nacionais, associadas segundo os princípios de uma “divisão socialista do trabalho”: cada país-membro iria se especializar num ramo da economia, conforme seus recursos naturais e seu nível tecnológico. Isso obrigava certos países a renunciar a um desenvolvimento mais abrangente, tornando-os dependentes da União Soviética em setores-chaves como o de bens de capital, o que levou a Romênia a insubordinar-se em relação às determinações impostas pela direção do Comecon.
Havia dois organismos financeiros ligados ao Comecon: o Banco Internacional para Cooperação Econômica, fundado em 1963, e o Banco de Investimentos Internacionais, fundado em 1970. O Comecon tinha sede em Moscou.
Com a extinção da União Soviética e o fim do bloco socialista no Leste Europeu, o Comecon foi dissolvido em 1991.
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Fontes de pesquisa e de referência
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Conselho Econômico de Assistência Mútua (COMECON). In: Dificio – seu dicionário on-line de finanças, investimentos e contabilidade, 2021. Disponível em: <https://www.dificio.com.br/conselho-economico-de-assistencia-mutua-comecon>. Acesso em: dia, mês e ano.