Abertura de conta – termo largamente utilizado pelos bancos e pelas corretoras para os novos clientes – correntistas ou investidores. Na contabilidade, é a expressão usada para designar o aparecimento de uma nova conta, no plano de contas.
Termo correspondente em inglês – opening a current account.
Veja também – Agência bancária; banco; correntista; corretora; conta poupança; conta-corrente; contabilidade; mercado financeiro e plano de contas.
Afinal, o que significa a expressão abertura de conta?
A abertura de conta é sempre o aparecimento de uma nova conta. Implica em admitir que não havia no plano de contas essa conta ou, se existente, ainda não tinha sido movimentada.
Em alguns casos, uma conta pode ser aberta e ser movimentada constantemente, é o caso da conta bancos, clientes (ou contas a receber) e fornecedores, ou pode aparecer apenas para promover certos acertos, transferências e apurações.
Há ainda situações, nas quais as contas são criadas somente para o lançamento de determinado ativo, passivo, despesa ou receita, uma única vez e essa conta jamais ser movimentada novamente.
Fato é que deve existir um objeto certo para que uma conta apareça, na contabilidade.
Como surgiu esse termo no mercado financeiro?
A origem se confunde um pouco com a própria contabilidade, ciência que registra as operações econômicas e financeiras de uma entidade, numa visão macro.
Quando as moedas começaram a circular em maior volume e velocidade, notou-se a necessidade de criar instituições que as guardassem e emprestassem, surgindo aí as primeiras operações bancárias. O nome “banco” foi criado pelos banqueiros judeus de Florença por causa da mesa onde eram feitas as trocas de moedas.
Em 1406, foi criado na cidade italiana de Gênova, o primeiro banco moderno, chamado de Banco di San Giorgio. Com o passar dos anos, mais e mais bancos foram surgindo e tomando conta do mundo.
Os países foram criando seus bancos. Grandes empresas multinacionais e conglomerados empresariais, visando facilitar suas operações financeiras e baratear os custos das operações foram criando seus bancos (aqui no Brasil são exemplos – o banco Votorantim, banco Volkswagen, banco Ibi entre outros). Mas somente no ano de 1983, os serviços bancários eletrônicos foram criados na Escócia facilitando o acesso à centena de milhares de pessoas e empresas.
Hoje em dia, com o advento da tecnologia e o surgimento dos chamados “bancos digitais” e das fintechs no mundo, milhares de transações bancárias são realizadas e podem ser feitas em poucos cliques, seja no computador de casa, do laptop do trabalho e até do celular. Só precisamos ir ao banco em caso de extrema necessidade.
Mas no passado, isso era bem diferente.
No final da Idade Média, uma função acabou se tornando extremamente popular e necessária no velho continente europeu: o banqueiro.
Eram eles, banqueiros que intermediavam as transações comerciais. Praticamente em toda Europa, pessoas chegavam, dos mais variados lugares, com ouro para trocar por outras mercadorias que eram do interesse delas.
As transações se tornavam cada vez mais frequentes e era o banqueiro que fazia essa mediação, em troca de uma espécie de comissão.
Com o passar dos anos, os banqueiros começaram a aceitar depósitos em dinheiro ou em metais, na época ouro e prata, basicamente. Depois de notarem que nem sempre as pessoas retiravam toda a quantia depositada, surgiu a ideia da concessão de empréstimos com juros, pois sempre havia dinheiro para circular.
E foi tipo de transação que enriqueceram os banqueiros, que já não eram mais vistos como cambistas. Mas a cobrança de juros não era aceita pela igreja cristã, o que talvez explique o motivo de terem muitos judeus fazendo parte do sistema bancário nesta época.
E o que tem tudo isso a ver com a contabilidade e o termo abertura de contas?
Bom, as operações de troca de moedas, depósitos bancários e empréstimos se tornaram cada vez mais frequentes e foi necessário criar mecanismos de controle que pudessem dar credibilidade a quem deposita e segurança ao banqueiro que recebia esses valores e os emprestava. Daí surgiu o uso de fichas individuais semelhantes ao kalendarium¹.
Essas fichas eram usadas para controle e pela contabilidade – rudimentar pela época, mas davam aos banqueiros “uma fotografia” do banco naquela época, o resultado líquido e o saldo da tesouraria das operações.
Assim, quando uma pessoa ou família quisesse depositar algum valor, pela primeira vez, ela deveria dirigir ao banco para preencher a ficha e entregar a quantia ao banqueiro.
A ficha por sua vez era levada a contabilidade para abertura de nova conta.
¹ Kalendarium era um antigo livro adotado pelos romanos e que registrava os empréstimos a juros, onde eram anotados o valor emprestados e os juros produzidos. O livro também registrava a data de vencimento das parcelas e o vencimento dos juros. Registrava ainda os valores e os juros recebidos.
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Fontes de pesquisa e de referência
Para produzir esse conteúdo tivemos a ajuda dos seguintes autor(es) e publicações:
- SÁ, Antonio Lopes de & SÁ, Ana M. Lopes de. Dicionário de Contabilidade. 9ª ed. São Paulo: Ed. Atlas, 1994.
Como citar esse artigo em seus trabalhos
Abertura de conta. In: Dificio – seu dicionário on-line de finanças, investimentos e contabilidade, 2022. Disponível em: <https://www.dificio.com.br/abertura-de-conta>. Acesso em: dia, mês e ano.