Dispositivo de política monetária utilizado pelo Banco Central quando deseja reduzir a liquidez do sistema e/ou restringir a capacidade de expansão de crédito do sistema bancário. Consiste em estabelecer uma taxa de depósitos compulsórios que cada banco deverá efetuar junto ao Banco Central em relação aos empréstimos que realizar e aos depósitos que obtiver, sendo que tais depósitos compulsórios não proporcionam juros para o banco depositante. Assim, por exemplo, se um banco emprestar R$ 10.000,00 e o compulsório for igual a 15%, terá de depositar R$ 1.500,00 no Banco Central. Portanto, para realizar este empréstimo, ele deverá captar R$ 11.500,00 e, consequentemente, terá de elevar a taxa de juros cobrada, pois deverá dispor de 15% a mais de recursos para emprestar o mesmo volume que vinha fazendo anteriormente. O objetivo do governo com esta política é encarecer os empréstimos e ao mesmo tempo retirar dinheiro de circulação, reduzindo a liquidez do sistema. Após a adoção do Plano Real em 1994, o uso de depósitos compulsórios se incrementou como mecanismo de redução do crédito bancário (emissão pelos bancos de moeda escritural) e elevação das taxas de juros dos empréstimos, sem gerar impacto sobre o custo da dívida pública mobiliária, isto é, sem a necessidade de elevação da taxa Selic. A porcentagem do depósito compulsório varia conforme o tipo de aplicação. É maior para os depósitos à vista e menor para os a prazo e para os destinados à poupança. Nos últimos anos, esta porcentagem tem oscilado em torno dos 45% para os primeiros e entre 15 e 20% para os últimos. Durante a crise econômica de 2008/2009 para evitar que bancos menores quebrassem e que o crédito ao consumo diminuísse ou se tornasse muito mais caro o governo reduziu o compulsório o que permitiu a estabilidade do setor financeiro e evitou uma redução mais pronunciada do Pib. Ao contrário do Brasil, na maioria dos países onde a taxa de inflação é de um dígito, o depósito compulsório tem uma alíquota muito baixa, e em alguns casos a alíquota é zero. Veja também Banco Central; Liquidez; Moeda Escritural; Plano Real; Política Monetária; Taxa Selic.